segunda-feira, junho 13, 2011


METAL: UMA JORNADA PELO MUNDO DO HEAVY METAL
Metal: Uma Jornada Pelo Mundo Do Heavy Metal (Metal A Headbanger's Journey,Canadá 2005) é filme do gênero de documentário dirigido pelo antropólogo canadense Sam Dunn, que desde o início do filme deixa explícita sua paixão pelo heavy metal,genêro musical pelo qual o antropólogo alega ter se apaixonado por volta de seus 12 anos de idade em 1986. Após se formar em antropologia, Dunn vem defendendo com todas as suas forças o heavy metal. Em função disto, decidiu partir em uma jornada pela Inglaterra, Alemanha, Noruega e algumas cidades dos Estados Unidos para explicar o fato deste gênero musical ser tão amado e odiado ao mesmo tempo. Nesta empreitada Dunn busca algumas das respostas para suas instigantes dúvidas sobre o heavy metal.
Dunn justifica que a antropologia se volta para o estudo da alteriedade, entre as diferentes formas que as sociedades encontram para ordenar as suas relações através de símbolos, representações e crenças, entre as diferentes referências pelas quais os indivíduos dão sentido a seus atos. A partir daí, seu objetivo, nesta pesquisa em formato de documentário, é entender o porquê da comunidade metaleira (fãs do gênero músical heavy metal) ser constantemente estereotipada, repelida e condenada. Entretanto, esta tribo, que resistentemente ama o heavy metal mantém-se firme, difundindo a palavra, mantendo a fé e adotando estilos e atitudes que vão além da música.
A antropologia desvia um pouco o olhar da idéia mais consolidada sobre ciência (generalização, "numerificação") e passa a se ver mais como um empreendimento compreensivo das singularidades culturais postas em contato, no sentido de construção de uma humanidade através do diálogo. Neste documentário, o antropólogo consegue apresentar esta cultura através de uma linguagem simples e bem detalhada. Detalhes históricos e técnicos são revelados, como a origem do gênero, sua relação com religião, sexo, como ele consegue ter uma incrível legião de fãs fieis e drogas, entre outros. Dunn retratou o metaleiro de uma maneira diferenciada da forma que a imprensa usualmente costuma tratar, pois optou por não trazer estereótipos seja de quem for: as imagens surgem com os próprios personagens, que contam a história do estilo, opinam sobre a relação de amo e ódio ao Metal, e ainda caracterizam os diferentes gêneros aos quais pertencem.
O cieneasta consegue desmitificar com fatos a preconceituosa questão de que heavy metal costuma ser visto como uma música barulhenta e praticada por entusiastas. Ao estudar suas raízes, Dunn comprova que o heavy metal é uma combinação do blues norte-americano com as escalas altas operísticas de Richard Wagner. Os membros das bandas são em sua grande maioria músicos que dominam seus instrumentos com excelência.
Através de vídeos e cenas de shows, o espectador tem a oportunidade de visualizar osargumentos defendidos pelo antropólogo. Dunn tem sua jornada iniciada no Wacken Open Festival Open Air Festival, o mais importante festival de heavy metal do mundo. Nestas sequências de imagens ele conseguiu captar muito bem a essência e principalmente a magia que o metal proporciona a seus fãs.
Todo o material é sustentado com entrevistas com sociólogos, críticos, produtores, fãs e os músicos. Esse último grupo talvez possa causar grande surpresa. Impressiona a maneira articulada com que Vince Neil (Mötley Crüe), Geddy Lee (Rush), Bruce Dickinson (Iron Maiden), Ronnie James Dio (Dio), Tommy Iommi (Black Sabbath), Lemmy (Motorhead), Alice Cooper, Dee Snider (Twisted Sister) e Rob Zombie (White Zombie), entre outros, falam sobre diversos assuntos que envolvem o heavy metal.
Este documentário primeiramente é o resultado de um trabalho de etnografia no mundo artístico do gênero musical heavy metal. Em seguida, é uma tentativa de compreensão da questão nativa encontrada em campo: por que o heavy metal, apesar de sua importância no panorama cultural, é no mundo artístico um tabu, dos mais discriminado ao redor do mundo? Dunn consegue responder estas questões ao se enquadrar na prática antropológica comum de observar as culturas por meio da participação, defendendo a mensagem central do filme: que a cultura ocidental preponderante não compreende os fãs do heavy metal.



Bibliografia:
BARBOSA, Andrea; CUNHA, Edgar Teodoro da. Antropologia e imagem. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Editores, 2006.
Site:
http://www.imdb.com/title/tt0478209/ - acessado dia 22/05/2011
Filmografia:
Metal: Uma Jornada Pelo Mundo Do Heavy Metal (Metal A Headbanger's Journey)


FICHA TÉCNICA

Diretor: Sam Dunn, Scot McFadyen, Jessica Joy Wise
Elenco: - documentário -
Produção: Sam Dunn, Scot McFadyen
Roteiro: Sam Dunn, Scot McFadyen, Jessica Joy Wise
Fotografia: Brendan Steacy
Duração: 96 min.
Ano: 2005
País: Canadá
Gênero: Documentário
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
Classificação: 14 anos

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